A sua abordagem da música é absolutamente adulta e madura. Jacinta é uma cantora assertiva, sólida, com expressividade e sentido musical excelentes.”

– Miguel Gaspar, All Jazz

Aclamada na crítica portuguesa pela sua “voz quente, redonda, possante” (Miguel Soares, Comércio do Porto), Jacinta recebeu o prémio “Músico Revelação 2001” do programa Cinco Minutos de Jazz (Antena 1, desde 1966) e foi referida como “A cantora de jazz portuguesa”, por José Duarte.

“Segura, conhecedora” (Emanuel Carneiro, Jornal de Notícias), Jacinta transmite emoção e garra no timbre da sua voz, complementando-a com um swing sólido e natural. Impressionante intonação e comando vocal destacam-na entre cantores de jazz.

Jacinta deu os seus primeiros passos artísticos através do estudo da música clássica em piano e composição, percurso pouco comum numa cantora de jazz. Integrou vários grupos como cantora e instrumentista, chegando a liderar um grupo de rock sinfónico. E’ no entanto no mundo do jazz que a sua energia musical encontra plena expressão.

Aos 22 anos uma excelente actuação de jazz vocal no programa Chuva de Estrelas impulsionou a sua carreira como cantora, tendo sido solicitada para inúmeros concertos a partir de então.

Em 1997 Jacinta mudou-se para Nova Iorque para frequentar a Manhattan School of Music, onde foi premiada com bolsa de estudos para realização de Mestrado em Jazz Vocal. Ainda em Nova Iorque, Jacinta participou em workshops por grandes nomes do jazz contemporâneo, como Elvin Jones, Maria Schneider, Ed Neumeister, Mark Murphy, Dave Holland e Annie Ross. Prosseguiu estudos de improvisação com Chris Rosenberg da banda de Ornette Coleman, e de interpretação estilística com Peter Eldridge dos New York Voices. Jacinta começou a cantar profissionalmente em Nova Iorque, deslumbrando o público com o seu estilo enérgico.

Mais Tarde, durante os quatro anos em que residiu na área de São Francisco, Califórnia, Jacinta actuou profissionalmente em vários projectos musicais apresentando-se também em clubes de jazz de renome mundial como Kimball’s East e Yoshi’s.

Em 2001, a convite do trompetista/produtor Laurent Filipe, Jacinta apresenta-se ao vivo com o projecto Tributo a Bessie Smith.

Após a sua aparição em público, Jacinta foi considerada pela crítica Portuguesa como “uma das grandes vocalistas do momento” (Rodrigo Affreixo, Blitz), tendo “uma presença em palco cheia de confiança e à vontade” (António Rúbio, Correio da Manhã), e como possuidora de uma “voz forte e soberana” (António Ferro, O Primeiro de Janeiro).

Jacinta tem um forte sentido rítmico e as suas improvisações de jazz são dignas “de uma cantora cheia de maturidade, de um nível que nunca apareceu neste país” (António Rubio, Correio da Manhã). O sucesso deste projecto culminou com a sua edição discográfica na prestigiada Blue Note, em Fevereiro de 2003. Este disco, Tribute to Bessie Smith, atingiu os tops de vendas nacionais e foi galardoado com disco de Ouro pelas suas vendas superiores a 25.000 exemplares, feito nunca antes conseguido na história do jazz portuguesa.

Depois deste grande êxito no panorama musical Português, Jacinta procurou novos caminhos e novas abordagens, dedicando-se a vários projectos satélite como são exemplo Ji>acinta Canta Monk e Jacinta Canta Brasil.

No seu estudo da música de Thelonious Monk, a cantora escolhe caminhos arrojados preferindo uma abordagem mais instrumental dando ênfase não só ao swing mas também às melodias angulares e harmonias menos óbvias. O projecto Jacinta Canta Monk foi estreado em quinteto de jazz e mais tarde ampliado para quarteto de jazz com orquestra clássica. Entre as várias orquestras com quem a cantora trabalhou destaca-se a Orquestra Metropolitana de Lisboa. Neste projecto destacam-se ainda os maestros Graça Moura, Vasco Pierce de Azevedo, Rui Massena, e os arranjos de Paulo Perfeito.

O projecto Jacinta canta Brasil surge como necessidade da cantora em explorar sonoridades e balanços distintos do Jazz Americano. A cantora revisita e aprofunda um estilo já experimentado com as suas bandas Americanas. O reportório deste projecto é sobretudo marcado por temas de Tom Jobim e Djavan, em formato de quinteto jazz.

Com este programa específico, Jacinta apresentou-se sete noites no Jardim de Inverno do Teatro São Luiz, tendo sido recebida com lotação esgotada todas as noites. Aqui, o sentido rítmico da cantora volta a destacar-se, denotando-se uma entrega e um conhecimento intrínseco musical que proporciona ao ouvinte uma sensação de leveza e de grande naturalidade.

Em Março de 2006, a Blue Note/EMI Portugal lança Day Dream, o segundo trabalho discográfico de Jacinta.

Este disco surge de uma nova etapa musical onde a cantora redescobre Duke Ellington e alarga o seu espectro musical ao incluir temas de projectos bem distintos. O vanguardista Greg Osby, saxofonista, arranjador e produtor do projecto, ao deparar-se com os trabalhos recentes da cantora, propõe a inclusão no disco de compositores tão diversificados como Djavan, Cole Porter, Tom Jobim, Duke Ellington, Zeca Afonso, Martin e Monk – todos objecto de estudo da cantora. Este disco poderá ser um marco pela forma como os instrumentistas tocam e se expandem criativamente, em permanente dialogo entre si e com a cantora que por sua vez interage com a banda, abordando as melodias com a fluidez de um instrumento de sopro. Esta abordagem resulta numa música fresca, moderna, marcada com um swing forte do Jazz Mainstream mas de corrente contemporânea. Num esforço de maior aproximação deste estilo musical ao público Português, Osby sugeriu a inclusão de adaptações de alguns dos temas para língua Portuguesa. Na Tournée de Day Dream, de 20 concertos a nível Nacional, Jacinta foi recebida entusiasticamente por um público eufórico e apreciador que lotou um grande número de salas do país.

No início de 2007 Jacinta da’ inicio a uma nova etapa na sua carreira: avança com produção independente de agenciamento e management.

A música de Zeca Afonso torna-se o foco de atenção da cantora, neste ano da comemoração dos 20 anos da morte do compositor/cantor. A música do Zeca sempre fascinou Jacinta e foi objecto de estudo por varias vezes ao longo da sua carreira. Jacinta levou a publico Zeca Afonso, integrado ora em eventos comemorativos ora na abertura dos seus próprios concertos de jazz. Em 2007, Jacinta redescobriu a obra do autor, na procura dos temas musicalmente mais arrojados que permitissem um programa completo e uma abordagem jazzistica. Neste processo a cantora percebeu a elevada qualidade dessas canções e surgiu a vontade de um registo discográfico.

Em Junho desse ano os vinte editores europeus da revista Reader’s Digest escolhem Jacinta como a melhor jovem artista de jazz do continente europeu em 2007, no âmbito da iniciativa “O Melhor da Europa”. A revista tem uma tiragem mensal de 4 milhões de exemplares em toda a Europa.

Em Setembro o seu terceiro álbum e’ editado – “Convexo” [a musica de Zeca Afonso] – lançando Jacinta num novo percurso sonoro. A espontaneidade, frescura, e a abordagem do Cool Jazz, juntos com novas harmonias e vibrante ritmo, transformou a música de cariz popular Portuguesa e deu-lhe um sofisticado groove jazzistico que apela a novas audiências.

A criatividade de execução e interpretação, em formato de trio com Rui Caetano ao piano, Bruno Pedroso na bateria e a voz única de Jacinta, fazem desta sua primeira produção independente um projecto singular.

No inicio de 2008, de Fevereiro a Junho, Jacinta realizou a maior Tournée de Jazz em Portugal, tendo passado por mais de 20 salas portuguesas com o espectáculo ”Convexo”. Ainda no final de 2008 Jacinta, agora com a sua própria editora, atinge com a terceira edição do

“Convexo” [a musica de Zeca Afonso] vendas superiores a 20 mil unidades, o que a torna novamente merecedora de um Disco de Ouro.

…”Convexo ( …) revela um repertório pouco convencional do autor, longe dos clichés (…) em que Jacinta desenvolve e explora, recria e expande a musica do autor…” – Almanaque in Visão

Em Janeiro de 2009, a convite do reconhecido programador Jorge Salavisa, Jacinta realiza uma serie de 9 concertos, em Lisboa, com um novo projecto denominado “Songs Of Freedom”. Com este espectáculo Jacinta volta a surpreender ao trabalhar êxitos pop transformando-os em jazz, apresentando-se em palco com piano e saxofones tenor e barítono.Jacinta voltou a dar o seu contributo para a História da música Portuguesa e do Jazz português ao esgotar por completo esta serie de concertos, no prestigiado Teatro São Luiz.

“Jacinta Surpreende no São Luiz” 2009, António Rubio, Correio da Manha

…”Jacinta encheu aquela sala informal de público, mas não só. À moldura humana juntou-se uma presença amorosa e uma voz poderosa que desconhecia. Pese embora o extenso e pomposo currículo de Jacinta, a cantora é de uma simplicidade que surpreende. Trata o público como se se tratasse do seu círculo de amigos. Canta, conversa, ri, recorda, confessa, comunica a cada gesto”…

2009, Dulce Alves, agre-e-doce.blogspot.com

Em Julho de 2009 foi convidada para realizar uma Residência Artística de 11 dias, e a inaugurar musicalmente o espaço BES Arte & Finança. Aqui foi protagonista em variadas actividades, como, workshop de Jazz vocal, sessão de coaching musical, rubrica denominada “Jacinta convida”. Estiveram presentes músicos em jam sessions, ensaios abertos e dois concertos. Em formato de trio, acompanhada por Pedro Costa ao piano, e Paulo Gravato nos saxofones tenor e barítono, demonstraram que o Jazz pode ser ouvido por todos e em todo o lado. Esta iniciativa foi um sucesso musical no espaço BES Arte & Finança, onde Jacinta contou novamente com uma sala efusiva, entusiasta e esgotada.

“Muito boa iniciativa da cantora e do Marketing deste Banco Português”…

2009, Tiago da Costa Miranda, andthisisreality.blogspot.com

Ainda no ano de 2009 Jacinta lança o seu quarto álbum “Songs of Freedom”, com célebres temas dos anos 60, 70 e 80, de artistas, como Ray Charles, Stevie Wonder, James Brown, Nina Simone, Bob Marley, The Beatles, U2, entre outros. Neste álbum editado pela Blue Note, Jacinta continua a comprovar a sua qualidade, sendo mais uma vez reconhecida através desta prestigiada etiqueta.

“A Jacinta apresenta uma voz e um estilo muito próprios em “Songs Of Freedom”. Ela conseguiu imprimir um estilo pessoal e muito original a um conjunto diversificado de clássicos do pop e do jazz”

– 2009, Bruce Lundvall, Presidente do Grupo Blue Note –

Este álbum tem como mote de inspiração o sucesso do espectáculo desenvolvido no Teatro São Luiz. Neste projecto Jacinta revela todo o seu potencial enquanto intérprete, toda a dimensão da sua voz, por vezes portentosa, outras vezes sublimemente delicada e a sua competência a nível do Swing. Aqui mais uma vez, foram escolhidos percursos ousados, em formato de trio com piano e saxofone tenor e barítono. Com este formato minimalista foi possível dar ênfase à riqueza musical contida nestas canções, desenvolvendo e tirando partido das suas fortes estruturas harmónicas e melódicas.

Mais uma vez Jacinta demonstra um vasto e profundo conhecimento musicais, ao envolver-se e ao ousar transformar em jazz estes êxitos tão bem conhecidos e acarinhados pelo grande público. Com este novo álbum Jacinta dá a conhecer uma nova vertente deste género musical, abrangendo um grupo alargado de pessoas e levando este estilo de música que tantas vezes é conotado com elites e de difícil audição, a novas audiências.

2010 é o ano da expansão da carreira de Jacinta para o mercado internacional. Participações em vários festivais de jazz como o de Atenas, o de Cartago e o de Istambul, assim como o projecto em duo com o grande pianista de vanguarda Jason Moran, propelam Jacinta para o nível dos grandes intérpretes de jazz, conduzindo assim o legado das divas do Jazz e do swing.